PORQUÊ
Vivemos numa era doente, inquieta, assustada, pessimista, cansada,
frustrada, decepcionada, confusa, desorientada. Esta é a opinião que percorre
analistas políticos, sociais, culturais, económicos e religiosos.
Talvez isso seja melhor do que a ilusão de uma falso desenvolvimento, de
uma aparente força e capacidade. Os ideais morreram. Os sonhos passaram a
pesadelos. Nem a ciência e a tecnologia escapam. Se concluirmos honestamente
perante os factos que os esforços do homem sem Deus se afundam e se essa
conclusão nos levar ao arrependimento e à conversão diante da santidade e da
justiça divina, é que é possível experimentar uma real e autêntica mudança.
O materialismo económico, o relativismo moral, o hedonismo, o humanismo
continuam a ser as manifestações de um homem morto espiritualmente.
A ideia de que o ser humano é apenas um animal mais evoluído é apenas
mais uma resultante da condição do homem alienado de Deus, ignorante da revelação,
inchado nos seus preconceitos pseudocientíficos. Não nos admira pois que a
cultura, a ciência e a arte “exaltem” e celebrem a “animalidade”
humana, a sua materialidade e o nada e o vazio, resultantes da negação divina.
Outra coisa não seria nem será de esperar. Ao som dos tambores ou da marcha fúnebre
como produto da matéria e da energia a humanidade afunda-se no seu pecado.
O homem carece muito mais do que “pão e circo”. O homem não é
suficiente para se encher e bastar a si próprio.
É tempo de cada pessoa reconhecer o seu erro, a sua miséria, a sua
morte.
Há que olhar de novo para o Senhor e Salvador, ouvir o Mestre dos
mestres, atender ao Príncipe da Paz. Só a Bíblia nos pode esclarecer, só
Cristo nos pode salvar.
·
Daí por diante
passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino
dos céus. (Mateus
4:14)
Talvez
muitas pessoas pensem que sabem quem de facto Jesus é, o que é que Ele disse e
de facto não sabem, não conhecem. É necessário ir à fonte, ler o texto bíblico,
pedir a Deus humildemente que revele a Sua verdade, o Seu amor, a Sua justiça,
o Seu perdão.
Vivemos
numa sociedade dita cristã mas que não tem nada de Cristo. Não basta ter um rótulo,
vestígios físicos, monumentos. Muitas dessas coisas apenas alimentam a
mentira, o preconceito, a ilusão acerca de quem Ele é na verdade e do que Ele
veio fazer, do que ensinou e do que nos proporciona ainda hoje em dia.
É urgente deixá-lO falar, ouvi-lO de novo sem interpretações pré-fabricadas,
em primeira mão, na fonte límpida em que correm as Suas palavras.
No meio do ruído de tantas tradições acaba-se tantas vezes por não
escutar, reflectir, conhecer, perceber, entender, captar, alcançar e acima de
tudo abrir o coração para experimentar. Tantos discursos algumas vezes só
complicam, só baralham, só atrapalham, só desvirtuam. Tantas dúvidas que são
única e exclusivamente provocadas e alimentadas por não se escutar
simplesmente o que Ele fala. Abrir o livro e deixá-lO comunicar pessoalmente o
que nos quer dizer, interpelar, interrogar, responder, incentivar.
Apesar do laicismo e da secularização terem colocado uma mordaça nos
principais meios de informação na possibilidade de uma análise e perspectiva
bíblica e cristã das realidades sociais, felizmente ainda existem muitos meios
e recursos para que a pessoa, a vida e o discurso de Cristo possam jorrar na
mente e no coração do homem e da mulher de hoje, seja criança, adolescente
jovem, adulto ou idoso.
Mesmo
quando os altifalantes mediáticos estão sintonizados na análise económica,
psicológica, sociológica, antropológica, científica, da realidade humana,
importa dar voz à análise espiritual bíblica e cristã.
A CENTRALIDADE DA IDENTIDADE
É o próprio Jesus Cristo e não outro que coloca o centro da questão
relativo a si mesmo na essência da Sua identidade, da Sua natureza, da Sua
pessoa.
·
Quem diz o povo
ser o Filho do homem? (Mateus 16:13)
·
Mas vós quem
dizeis que eu sou? (Mateus 16:15)
E
quando Pedro O apresenta como “O
Cristo, o Filho do Deus vivo”, Jesus declara que isso não é descoberta dele, mas
revelação do Pai.
O ministério de Jesus está voltado para a questão de Quem Ele é. Tudo
depende da Sua identidade. O que Ele fez, disse, viveu bem como a Sua morte e
ressurreição são uma evidência de quem Ele é. O que Ele pode fazer e faz na
vida de todos quantos O aceitam e recebem, está relacionado com a Sua pessoa. Não
se trata de uma ideologia, de uma filosofia ou de uma religião, de um conjunto
de regras e preceitos, nem tão pouco de fórmulas , mas de uma Pessoa.
Cristianismo e vida cristã são Cristo.
·
Quando levantares
o Filho do homem, então sabereis que eu sou (...). (João
8:28)
·
Se não crerdes
que eu sou morrereis nos vossos pecados. (João 8:24)
·
Então lhe
perguntaram: Quem és tu? Respondeu-lhes Jesus: Que é que desde o princípio vos tenho dito?
(João 8:25)
OS DITOS DE JESUS SOBRE ELE MESMO
Ninguém
como Jesus falou como Ele acerca de si próprio. Ninguém nunca conseguiu dizer
mais ou melhor sobre Jesus do que Ele mesmo falou sobre si mesmo. Ninguém ao
ouvir o que Ele disse pode ficar indiferente a semelhantes afirmações. O mínimo
que se pode esperar é que todos quantos tenham conhecimento das Suas reivindicações
parem para reflectir e pensar a existência a partir da Sua pessoa.
·
Aquele que beber
da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte
a jorrar para a vida eterna. (João 4:14)
·
Eu sei respondeu
a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier nos anunciará todas as cousas. Disse-lhe Jesus: Eu o
sou, eu que falo contigo. (João 4:25,26)
·
Eu sou o pão da
vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim, jamais terá
sede. (João
6:35)
·
Eu sou o pão da
vida. (João
6:48)
·
Em verdade, em
verdade eu vos digo:
Antes que Abraão
existisse, eu sou.
(João 8:58)
·
Eu sou a porta.
Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará
pastagem. (João
10:9)
·
Eu sou o bom
pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. (João 10:11)
·
Eu e o Pai somos
um. (João
10:30)
·
Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em
mim, não morrerá eternamente. (João 11:25,26)
·
Vós me chamais o
Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque eu o
sou.
(João 13:13)
·
Eu sou o caminho,
e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (João
14:6)
·
Quem me vê a mim
vê o Pai. (João 14:9)
·
Eu sou a videira
verdadeira, e meu Pai é o agricultor. (João
15:1)
·
Eu sou a videira,
vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer. (João 14:5)
Será
que poderemos ficar indiferentes a todo este conjunto de declarações que o próprio
faz acerca da Sua pessoa, da Sua identidade, do Seu ser, de quem Ele é?
Faz parte da cultura humana a aprendizagem. Somos o que somos em função
de aprendermos uns com os outros. Daí as escolas, as bibliotecas, a internet.
De entre todos os nomes e personagens que possamos nomear, Jesus se destaca
muito acima de qualquer outro. Apresentem-me outro que se Lhe possa igualar e eu
estarei disposto a considerar as suas prerrogativas. Passados que são dois mil
anos da Sua presença física entre nós Ele continua a anos luz de qualquer
outro líder religioso, político, filosófico, cultural. Ele é único, Ele é
singular, Ele é supremo.
A INTIMIDADE COM O PAI
A relação de Cristo com o Pai é única.
·
Tudo me foi
entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece
o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Mateus 11:27)
·
Trabalhai, não
pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho
do homem vos dará;
porque Deus, o Pai, o
confirmou com o seu selo. (João 6:27)
·
Todo aquele que o
Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei
fora. Porque eu desci do céu não para fazer a minha própria vontade; e, sim,
a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: Que
nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no
último dia. De facto a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e
nele crer, tenha a vida eterna;
e eu o ressuscitarei no
último dia. (João 6:37-40)
·
Ninguém pode vir
a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e
eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e
aprendido, esse vem a mim. Não que alguém tenha visto ao Pai, salvo aquele que
vem de Deus: este o tem visto. (João 6:44-46)
·
Eu e o Pai somos
um.
(João 10:30)
·
Quem me vê a mim,
vê o Pai.
(João 14:9)
·
Vim do Pai e
entrei no mundo;
todavia deixo o mundo e
vou para o Pai.
(João 16:28)
O CUMPRIMENTO PROFÉTICO
O
cumprimento das profecias bíblicas a cada etapa da Sua existência terrena é
outra das evidências da Sua natureza:
·
Então lhe deram
o livro do profeta Isaías, e , abrindo o livro, achou o lugar onde estava
escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para
evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e
restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e
apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao
assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Então
passou Jesus a dizer-lhes: Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. (Lucas 4:17-21)
·
Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam
de mim.
(João 5:39)
MUITO ACIMA DOS HOMENS
Jesus
coloca-se sem margem para dúvida acima de todos nós humanos e terrenos:
·
Se tratando das
coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora,
ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do
homem [que
está no céu].
(João 3:12,13)
·
Quem vem das
alturas certamente está acima de todos; quem
vem da terra é terreno e fala da terra; quem veio do céu está acima de todos
e testifica o que tem visto e ouvido; contudo ninguém aceita o seu testemunho.
Quem, todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez certifica que Deus é
verdadeiro. Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o
Espírito por medida. (João 3:31-34)
·
Porque eu desci
do céu não para fazer a minha própria vontade; e, sim, a vontade daquele que
me enviou. (João
6:38)
·
Vós sois cá de
baixo, eu sou lá de cima;
vós sois deste mundo,
eu deste mundo não sou. (João 8:23)
·
Em verdade em
verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem. (João
1:51)
·
Aqui está quem
é maior do que o templo.
(Mateus 12:6)
·
E eis aqui está
quem é maior do que Jonas.
(Mateus 12:41)
·
E eis aqui está
quem é maior do que Salomão. (Mateus 12:42)
·
O Filho do homem
é senhor do sábado. (Lucas
6:5)
·
Toda a autoridade
me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai e do Filho
e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho dito.
E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
(Mateus 28:18-20)
DOIS PONTOS NEVRÁLGICOS
A
aceitação da adoração e a concessão de perdão pelos pecados é a evidência
da Sua divindade, que não pode ser entendida de outra forma qualquer, segundo o
que Jesus mesmo ensinou: Ao
Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto. (Mateus 4:10) Se pensarmos nestas duas
realidades, à luz da cultura judaica de há dois mil anos atrás, então não
teremos qualquer dúvida sobre o que significam e o que provocaram entre os
religiosos.
·
Tem bom ânimo
filho; estão perdoados os teus pecados. (Mateus 9:2)
·
Então disse à
mulher:
Perdoados te são os
teus pecados. Os que estavam com ele à mesa, começaram a dizer entre si: Quem
é este que até perdoa pecados? Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou;
vai-te em paz. (Lucas
7:48-50)
·
E os que estavam
no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és o Filho de Deus! (Mateus
14:33)
OBEDIÊNCIA EXIGIDA
A
exigência de obediência só pode ser entendida à luz da Sua divindade:
·
Se me amais,
guardareis os meus mandamentos. (João 14:15)
·
Se guardardes os
meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e no seu
amor permaneço. (João 15:10)
DESAFIOS RADICAIS
O
mesmo se pode dizer do que Jesus realiza no homem e na mulher que n’Ele creiam
e O sigam. Não há memória de que alguma vez, em algum lugar, alguém tenha
proferido semelhantes promessas, que se tenha comprometido com algo semelhante
ou parecido. Não se trata de cumprir algumas normas ou catecismo, de obedecer a
alguns rituais. Como alguém disse, sem Cristo não há qualquer possibilidade
de cristianismo. Vida cristã é relacionamento, é a vida de Cristo em cada
homem e mulher. Ser cristão é ter Cristo, é ser de Cristo, é viver Cristo e
deixá-lO viver em nós.
·
Vinde a mim todos
os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o
meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
(Mateus
11:28-30)
·
Indo eles caminho
fora, alguém lhe disse:
Seguir-te-ei para onde
quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis e as aves do
céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro
disse Jesus: Segue-me. Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar
meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos sepultar os seus próprios mortos.
Tu, porém, vai, e prega o reino de Deus. Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor;
mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém
que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus.
(Lucas 9:57-62)
·
Porque Deus amou
ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo o que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)
·
Quem ouve a minha
palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo,
mas passou da morte para a vida. (João 5:24)
·
Se alguém tem
sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior
fluirão rios de água vida. (João 7:37,38)
·
Se vós
permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. (João 8:31,32)
·
Se pois o Filho
vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (João 8:36)
·
Eu sou a porta.
Se alguém entrar por
mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem. (João 10:9)
·
O ladrão vem
somente para roubar, matar, e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham
em abundância. (João
10:10)
·
Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize. (João 14:27)
·
Sem mim nada
podeis fazer.
(João 15:5)
EXIGÊNCIAS RADICAIS
As
exigências que Jesus colocou aos Seus seguidores são de todo em todo radicais
que não admitem evasivas. Só alguém que é Deus pode pedir semelhante
comprometimento.
·
Arrependei-vos,
porque está próximo o reino dos céus. (Mateus 4:17)
·
Se alguém quer
vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem
quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por minha
causa, achála-á. Pois, que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e
perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? (Mateus 6:24-26)
·
Porque qualquer
que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas
palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória
de seu Pai com os santos anjos. (Marcos 9:38)
·
Em verdade, em
verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus.
(...) Quem não nascer
da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da
carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito. Não te admires
de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo. (João 3:3,5-7)
·
Por que me
chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lucas 6:46)
·
Minha mãe e meus
irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam. (Lucas 8:21)
·
Se alguém não
permanecer em mim, será lançado fora à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.
(João 15:6)
A PROPOSTA
Nada mais nada menos do que a mudança da natureza intrínseca do homem
afectada, pervertida, corrompida pelo pecado é o que Jesus Cristo veio trazer.
Não se trata de uma mera reforma, de uma recauchutagem, de uma remodelação
mais ou menos superficial. Trata-se de ir ao âmago porque é no âmago que está
o problema do homem.
O pecado é muito mais do que podemos entender, muito mais do que as
disciplinas humanas podem descrever. A cultura dos nossos dias, à semelhança
do que aconteceu nos séculos passados, dá uma imagem falseada, deturpada,
mentirosa acerca da essência humana, da sua natureza e da sua condição.
Só
na Bíblia encontramos a revelação de quem o homem foi, de como ele foi
criado, do propósito para o qual ele veio à existência; e do que veio a
acontecer de tal forma que se afastou para bem longe dessa condição. O que o
homem é hoje está bem distante do que o homem foi.
A
Bíblia desmente que o homem esteja num processo de evolução, de melhoria. O
homem não é o “bom selvagem” de Rousseau; nem é o produto puro e simples
das condições sociais e económicas de Marx, que seriam as responsáveis pelos
desvios e mal estar instalado. Jesus Cristo veio reafirmar o que o Velho
Testamento já revelava, ou seja, que o problema do homem está por dentro. Não
é uma mera questão genética embora até os genes não tenham escapado a essa
catástrofe da desobediência. A situação é bem mais intrínseca porque
radica no espírito humano, que jaz morto sem Deus. Isso é o pecado. As consequências,
os resultados, o fruto manifesta-se em todas as áreas da sua existência.
Por
isso não se pode restringir o Evangelho a uma religião, a um conjunto de ritos
e de cerimoniais. O que Jesus veio possibilitar foi, nada mais nada menos, do
que uma nova criação, um novo nascimento, não biológico mas espiritual.
Mesmo que os cientistas fossem capazes de acertar o homem geneticamente não
teriam capacidade de o ressuscitar espiritualmente. A ideia de que as perturbações
morais do homem são do foro genético esbarram com a revelação bíblica.
Um novo homem é o que Jesus veio possibilitar. E isso implicava do lado
de Deus uma exigência que só podia ser satisfeita com a morte expiatória de
Cristo. Foi isso que Ele fez. Por isso quem está n’Ele é tornado uma nova
pessoa.
Perder isto de vista é perder o próprio Jesus Cristo e o Seu evangelho.
·
Em verdade, em
verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus. (João
3:3)
·
Em verdade, em
verdade te digo:
Quem não nascer da água
e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. (João 3:5)
Por
isso há esperança, é possível começar de novo.
A EVIDÊNCIA DA VIDA ACTIVA
O
comportamento, as atitudes, o procedimento confirma quem Jesus é.
·
Quem dentre vós
me convence de pecado? (João 8:46)
·
Não penseis que
vim revogar a lei ou os profetas; não vim para
revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra
passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra.
(Mateus 5:17,18)
Ao
longo dos séculos nem sempre os que se apresentaram enquanto seguidores de
Jesus efectivamente o eram, e muitos dos que o foram acabaram por cometer crimes
condenáveis. Nenhum de nós pode atirar a primeira pedra, porque afinal de
contas como seguidores do Justo reconhecemos todos que somos pecadores e que
todos temos pecado, e que em situações semelhantes talvez repetiríamos os
mesmos actos.
Agora a nossa desobediência acaba única e exclusivamente por salientar
e ressaltar a Sua perfeição. Ele sim, o único, foi perfeito! Porque somos
pecadores precisamos de um Salvador. Porque todos pecámos e pecamos, nenhum de
nós podia ser O salvador. Só Jesus nos pode salvar tirando-nos do estado e
condição em que nos encontramos perante Deus, perante nós mesmos e os nossos
semelhantes.
O OBJECTIVO DOS MILAGRES
Todos
os milagres realizados têm como objectivo primeiro mostrar a identidade de
Jesus Cristo e o que Ele veio providenciar para a humanidade:
·
Na verdade fez
Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste
livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo e
para que, crendo tenhais vida no seu nome. (João 20:31,31)
O DIVINO MESTRE
O
ensino de Jesus Cristo está ligada à Sua identidade:
·
As palavras que
eu vos tenho dito, são espírito e são vida. (João 6:63)
·
Senhor, para quem
iremos?
Tu tens as palavras da
vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. (João
6:68,69)
·
Passará o céu e
a terra, porém, as minhas palavras não passarão. (Mateus 24:35)
O MOTIVO DA CONDENAÇÃO
A
razão da condenação de Jesus está precisamente na afirmação límpida e sem
reservas de quem Ele é:
·
Tornou a interrogá-lo
o sumo sacerdote, e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito? Jesus
respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do
Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as
suas vestes e disse: Que mais necessidade temos de testemunhas? Ouvistes a blasfémia;
que vos parece? E todos o julgaram réu de morte.
(Marcos
14:61-64)
A
morte de Jesus Cristo tem nas Suas próprias palavras um único objectivo e propósito
que só o próprio Deus podia realizar a nosso favor na forma humana. O pecado
que é antes de tudo contra Ele, só podia ser resolvido por Ele.
·
O Filho do homem
não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos. (Mateus
20:28)
·
Porque o Filho do
homem veio buscar e salvar o perdido. (Lucas 19:10)
·
Agora está
angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai,
salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.
(João 12:27)
·
Porque isto é o
meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão
de pecados. (João
26:28)
A MORTE VENCIDA
A
ressurreição de Jesus Cristo é notoriamente o sinal dos sinais acerca de quem
Ele é e do que vem concretizar:
·
Uma geração má
e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E
deixando-os, retirou-se. (Mateus 16:4)
Desta
forma todo o Novo Testamento está profusamente iluminado com a expectativa da
eternidade, da Sua segunda vinda, de novos céus e nova terra, da ressurreição,
de corpos glorificados. A morte não venceu. O pecado foi vencido, a morte foi
vencida, a separação foi vencida. Venceu a vida, a reconciliação, a comunhão,
a intimidade, o relacionamento. Céus e terra de mãos dadas, Deus e homem como
Pai e filho.
O sofrimento, a dor, a injustiça, a discriminação, o racismo, a prepotência,
a violência, a doença, as lágrimas cessarão.
A SEGUNDA VINDA
As
declarações peremptórias de Jesus sobre a Sua segunda vinda e sobre o juízo
final só podem ser entendidas à luz da Sua natureza divina:
·
Quando vier o
Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará
no trono da sua glória e todas as nações serão reunidas em sua presença, e
ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e
porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda; (...). (Mateus 25:31-33)
ATESTADO DE VALIDADE
Por
causa de quem Ele é tudo o que disse sobre Deus, o Pai, a vida eterna, a moral,
a ética, o pecado, o castigo, a condenação, o Diabo, O Inferno, a Igreja, o Céu,
a Bíblia é absolutamente válido. A validade reside n’Ele mesmo. Ao endossar
a Bíblia atribui-lhe a autoridade que ela mesma também desde sempre
reivindica: o ser a Palavra de Deus, a revelação do Senhor.
REQUISITOS ÉTICOS
As
principais exigências que podemos fazer em termos de padrão de moral e ética
excelentes são:
·
Que
o proponente seja uma pessoa de carne e osso, vivendo entre nós na História,
em meio às dificuldades, à oposição, à crítica, à violência, à ganância,
à inveja, à hipocrisia, à falsidade, à mentira, etc.
·
Que
o seu ensino seja da máxima exigência e excelência ultrapassando tudo o que já
alguma vez se disse, e concentrasse tudo o que já se disse de acertado.
·
Que
o proponente tenha vivido o que disse na íntegra, de forma irrepreensível.
·
Que
o proponente tenha morrido pelo que defendia sem recuar face à tortura.
·
Que
a morte não tenha podido detê-lo.
·
Que
dois mil anos não tenha ultrapassado e dado como desactualizado o que ensinou,
antes pelo contrário que tudo o que disse se torna cada vez mais necessário
observar.
A
única pessoa que conheço nestas circunstâncias é Jesus Cristo.
Mas
mais do que isto a Sua morte é um sacrifício redentor em que a justiça divina
é totalmente satisfeita e a partir daí temos perdão, restauração e vida
eterna.
Jesus Cristo não é apenas um Mestre de moral excelente e superior, Ele
é também o Salvador de todos os que não atingem esse padrão de perfeição
ética. E nenhum homem alguma vez o conseguiu. Por isso não somos salvos pela
observação dos mandamentos, porque é a lei que nos condena ou que nos mostra
o quão longe nos distanciamos da perfeição moral de Deus. Pela lei sabemos
que somos pecadores, pela graça obtemos salvação, uma nova natureza para uma
nova vida, um novo nascimento para uma nova existência.
VALORES MORAIS E MUITO MAIS DO QUE
ISSO
Jesus
viveu e ensinou os valores que desde a eternidade estão inscritos na natureza
divina e dos quais a ordem, o cosmos, a felicidade, o bem-estar, as
bem-aventuranças dependem. Não há vida fora da vida e do relacionamento com o
Criador.
·
Novo mandamento
vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos
ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se
tiverdes amor uns aos outros. (João 13:34,35)
·
Porque se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;
se, porém, não perdoardes aos homens [as
suas ofensas],
tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. (Mateus 6:14,15) Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (Lucas 23:34)
·
Nem todo aquele
que me diz:
Senhor, Senhor! Entrará
no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
(Mateus 7:21) Meu Pai:
Se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e,
sim, como tu queres. (...) Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice
sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. (Mateus 26:39,42)
·
Ora, se eu, sendo
o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns
dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também. (João
13:14,15)
Mas Cristo vai muito mais além do que a definição e o exemplo, o
modelo dos princípios éticos que devemos integrar no nosso comportamento diário.
Ele trouxe-nos o perdão e o novo nascimento que apagam o nosso passado, a
justificação que nos declara justos diante de Deus, como se nunca tivéssemos
transgredido a Sua vontade.
A salvação não é resultado da obediência aos mandamentos, mas a
obediência é o resultado dessa mesma salvação. Isto é graça. Somos salvos
não pelo que fazemos e nada podíamos fazer que nos salvasse. Somos salvos pelo
amor de Deus tornado manifesto e realizado a nosso favor mediante a cruz.
PENETRANDO NA ETERNIDADE
O
que Jesus oferece é muito mais do que apenas o que o tempo pode conter. Ele
abre-nos a esperança da eternidade com toda a naturalidade:
·
Não se turbe o
vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há
muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos
lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim
mesmo, para que onde eu estou estejais vós também. (João 14:1-4)
OPOSIÇÃO FERRENHA
Não
admira pois que os Seus contemporâneos acabassem por se revoltar contra Ele na
medida em que era evidente que reivindicava divindade, o que não estavam
dispostos a aceitar:
·
Por isso, pois,
os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado,
mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.
(João 5:18)
·
Não é por boa obra que te apedrejamos, e, sim, por causa da
blasfémia, pois sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (João
10:33)
CONCLUSÃO REVELADA
Com
João concluímos a respeito da Pessoa de Jesus e temos daí retirar todas as
consequências. Não podemos continuar a viver da mesma forma a partir do
momento que sabemos Quem Ele é.
·
E o Verbo se fez
carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigénito do Pai. (...) Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigénito,
que está no seio do Pai, é quem o revelou. (João 1:14,18)
INSUPERÁVEL
Por
tudo isto não esperamos nenhum outro. Já lá vão dois milénios desde que
andou entre nós e ainda nenhum outro sequer se tornou digno de desatar as Suas
sandálias. Ele é Deus entre nós, o único Senhor e Salvador de que
necessitamos. A Sua excelência é insuperável. Nele está a perfeição.
Mas o que é maravilhoso é que a Sua superioridade não nos esmaga,
antes nos arrebata e nos guinda ao que de maior podemos aspirar: sermos filhos
de Deus, parte da Sua família e passarmos a eternidade na Sua presença. Depois
de tudo o que foi a História da humanidade e a história de cada uma das nossas
vidas é mais do que podíamos imaginar.
·
Veio para o que
era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus. (João
3:11-13)
ATÉ AO FIM DA PRESENTE ERA E ATÉ
AOS CONFINS DA TERRA
Saber
que Deus existe e que se nos mostrou na Pessoa de Jesus Cristo é um factor
decisivo para a vida do homem e da mulher. Roubar às crianças, aos
adolescentes e aos jovens o conhecimento acerca da existência de Deus, do Seu
amor, das Suas instruções, da condição humana como ela nos é revelada pela
Bíblia, das nossas origens no Criador, da nossa situação presente devido ao
pecado, da morte redentora de Cristo, do futuro eterno, da possibilidade do
relacionamento pessoal com o Todo-Poderoso, de ser filho de Deus e de Ele ser
nosso Pai, é um crime.
O laicismo e a secularização não podem impedir que a Bíblia e a
pessoa de Jesus Cristo sejam conhecidos e divulgados amplamente. A democracia
que se desenvolveu no seio do cristianismo e os direitos humanos que se
inspiraram na dignidade humana cuja fonte está no texto sagrado da Bíblia, não
podem passar a ser um obstáculo à preservação desses alicerces. Se assim
acontecer sucumbirá. Desaparecidos os fundamentos ruirá o edifício. Empurrar
Deus para o foro privado, para as catacumbas do “invisível”, apagar o
espiritual da vida do dia a dia acaba por produzir uma cultura do vazio e do
absurdo.
Para quem convive diariamente com adolescentes e jovens é nítido como
uma cultura de materialismo, de naturalismo, de hedonismo e de relativismo está
a provocar o desinteresse, a apatia, a indiferença, a insensibilidade e algumas
vezes até mesmo a degradação, a depravação e a corrupção que são
evidentes na linguagem, nos vícios, na violência, no desrespeito e falta de
educação.
Qualquer que seja o futuro do sistema político global, o Evangelho e
pessoa de Cristo acabarão por triunfar. Disso nos dá certeza, com todas as
garantias, a Bíblia.
É o homem, as famílias, a escola, o trabalho, a economia, a cultura, as
artes que são afectadas quando se perde de vista o Verbo que se fez carne e se
coloca no Seu lugar um humanismo qualquer. A dignidade do homem e da mulher, da
criança e do jovem bebem-se no Emanuel. A esperança do presente não pode ser
vivida sem a fé na eternidade.
Só se pode aprender a ser com Aquele que é e será eternamente.
Só podemos ser esperança na própria pessoa de Jesus. Ele é a própria
esperança da glória eterna.
Há que ter a coragem para denunciar o que o sistema público de educação
promove uma visão materialista e naturalista do homem. Nada de bom como
resultado se pode esperar de uma política educativa que reduz o homem a um
animal mais evoluído, quando silencia a sua vocação eterna e quando não dá
o relevo que deveria dar à pessoa que por excelência tem marcado a história e
a cultura: Jesus Cristo.
Podem-se planear iniciativas com o apoio de pedagogos e psicólogos,
podem lançar-se campanhas de minimização de riscos, podem alterar os
programas e as estratégias e algumas destas realizações podem ser louváveis
mas ficarão muito aquém dos seus intentos. O problema está no coração e na
mente envenenados por teorias incorrectas.
Educar crianças, adolescentes e jovens com base no consumismo, no
materialismo, no relativismo, no hedonismo, é condenar decididamente o presente
e o futuro. Sem Deus a existência
está definitivamente comprometida porque não há sentido nem propósito que
prevaleçam. A vida deixa de valer a pena! Não falamos biblicamente em apenas
uma crença, mas num relacionamento filial, na intimidade entre duas pessoas,
entre dois corações, entre duas mentes que apesar de separadas pela distância
do infinito e do absoluto, acabam em Cristo por estar juntos no tempo e para a
eternidade.
Precisamos de um reavivamento, de reacender esta luz única e imprescindível
do amor de Deus, da Sua santidade e justiça, da Sua graça e misericórdia. Há
que conhecer cada vez melhor Aquele que amou até à dádiva da própria vida na
encarnação e da cruz na morte expiatória e substitutiva.
É mais do que evidente que não se pode construir solidamente a vida
humana independentemente, no alheamento ou remetendo Deus para a periferia da
existência, da realidade, da vontade, das decisões e das escolhas.
Temos de superar a especulação sobre quem é o Deus de verdade porque só
em Jesus Cristo O encontramos entre nós. Tudo n’Ele aponta para a divindade e
para o plano e propósito que tem para cada um de nós ou seja, a reconciliação,
o relacionamento e a intimidade.
Todas as culturas, todos os povos, todas as línguas, todas as pessoas,
cada indivíduo encontra em Cristo a plenitude perdida. A multiculturalidade faz
parte da Sua proposta e é enriquecida em tudo o que a diversidade representa no
amor, na santidade, na pureza, na perfeição, no perdão, no serviço, na
solidariedade e na paz.
Jesus veio para todos os povos, para todas as culturas, para todas as línguas.
Ninguém é excluído, desprezado, marginalizado. Em Cristo todos somos reunidos
num só, na perfeita unidade. N’Ele todos os muros são derrubados, todas as
paredes de separação são demolidas. É em Cristo que se edifica a verdadeira
sociedade multirracial, multicultural, multilinguística.
Se todas as culturas estão contaminadas pelo pecado, pela ignorância e
pela desobediência aos preceitos divinos, se todos os homens se encontram
separados de Deus pelo seu próprio pecado, em Jesus todos encontram redenção.
Nenhuma cultura é perfeita ou isenta de imperfeições, de erros, de falhas,
mas em Cristo os homens de todas as culturas são redimidos para uma nova vida
em que prevalece o amor, o perdão, o serviço, a verdade, a santidade e a justiça.
Assim se exprime o Salvador e Senhor no fim da Sua presença física e
visível entre nós:
·
Jesus,
aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século. (Mateus
28:18-20)
·
Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for baptizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar
aqueles que crêem: em meu nome expelirão demónios, falarão novas línguas;
pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará
mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. (...) E eles,
tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam. (Marcos 16:15-18,20)
·
Assim está
escrito que o Cristo havia de padecer, e ressuscitar dentre os mortos no
terceiro dia, e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de
pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém. (Lucas 24:49)
·
Paz seja
convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. (João 20:21)
·
Mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas,
tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da
terra.
(Actos 1:8)
RAZÕES PARA NÃO CRER
Ontem
como hoje existem pessoas que não crêem ou que não querem crer, ou que não
podem crer porque no seu coração não querem.
Já no tempo da existência terrena de Jesus muitas pessoas não O
aceitaram, não O reconheceram, não O quiseram. Apesar dos milagres, dos
sinais, do ensino, do exemplo de vida buscaram para si justificações e razões
para não crer.
Deus conhece profundamente o coração de cada homem e de cada mulher.
Estou perfeitamente convicto de que todos os que querem, terão a oportunidade
de crer e estarão com Ele na eternidade.
Jesus Cristo adiantou algumas razões pelas quais as pessoas não
acreditaram e hoje continuam a não acreditar:
·
Porque João veio
até vós no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que
publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto não vos
arrependestes, afinal, para acreditardes nele. (Mateus 22:32)
·
Se não ouvem a
Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite
alguém dentre os mortos. (Lucas 16:31)
·
Logo que
amanheceu, reuniu-se a assembleia dos anciãos do povo, assim os principais
sacerdotes como os escribas, e conduziram
ao Sinédrio, onde lhe disseram: Se tu és o Cristo, dize-nos. Então Jesus lhes
respondeu: Se vo-lo disser, não o acreditareis; também, se vos perguntar, de
nenhum modo me respondereis. Desde agora estará sentado o Filho do homem à
direita do Todo-poderoso Deus. Então disseram todos: Logo tu és o Filho de
Deus? E ele lhes respondeu: Vós dizeis que eu sou. Clamaram, pois: Que
necessidade mais temos de testemunho? Porque nós mesmos o ouvimos da sua própria
boca.
(Lucas 22:66-71)
·
Tu és Mestre em
Israel, e não compreendes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que nós
dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto, contudo não aceitais o
nosso testemunho. Se tratando de coisas terrenas não me credes, como crereis,
se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá
desceu, a saber, o Filho do homem [que
está no céu].
(João 3:10-13)
·
O julgamento é
este:
Que a luz veio ao mundo,
e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.
Pois todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz e não se chega para a luz, a
fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da
luz a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.
(João 3:19-21)
·
Quem vem das
alturas certamente está acima de todos; quem
vem da terra é terreno e fala da terra; quem veio do céu está acima de todos
e testifica o que tem visto e ouvido; contudo ninguém aceita o seu testemunho.
Quem, todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez certifica que Deus é
verdadeiro. Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o
Espírito por medida. (João 3:31-34)
·
Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam
de mim. Contudo não quereis vir a mim para terdes vida. Eu não aceito glória
que vem dos homens; sei, entretanto, que não tendes em vós o amor de Deus. Eu
vim em nome de meu Pai e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome,
certamente o recebereis. Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos
outros, e contudo não procurais a glória que vem do Deus único? (João
5:39-44)
·
Dirigiram-se,
pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por ele
foi enviado. Então lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e
creiamos em ti? Quais são os teus feitos? Nossos pais comeram o maná no
deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus:
Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o
verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que
desce do céu e dá vida ao mundo. Então
lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu
sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim,
jamais terá sede. Porém, eu já vos disse que, embora me tenhais visto, não
credes.
(João 6:28-36)
·
Está escrito nos
profetas:
E serão todos ensinados
por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse
vem a mim. Não que alguém tenha visto ao Pai, salvo aquele que vem de Deus:
este o tem visto. (João 6:45,46)
·
O meu ensino não
é meu, e, sim, daquele que me enviou. Se
alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela
é de Deus ou se eu falo por mim mesmo. (João 7:16,17)
·
Qual a razão por
que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.
(João 8:43)
·
Jesus passeava no
templo, no pórtico de Salomão. Rodearam-no,
pois, os judeus, e o interpelaram: Até quando nos deixarás a mente em
suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente. Respondeu-lhes Jesus: Já
vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, testificam
a meu respeito. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As
minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou
a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da
minha mão.
(João 10:23-29)
·
Se não faço as
obras de meu Pai, mão me acrediteis; mas,
se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e
compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai. (João 10:37,38)
·
Muitos, pois,
dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus,
creram nele.
Outros, porém, foram
ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara.
(João 11:45,46)
·
E, embora tivesse
feito tantos sinais na sua presença, não creram nele; para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz:
Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?
Por isso não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e
endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o
coração, e se convertam e sejam por mim curados. Isto disse Isaías porque viu
a glória dele e falou a seu respeito. Contudo muitos dentre as próprias
autoridades creram nele, mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não
serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens, do que a glória
de Deus. (João 12:37-43)
·
Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis.
Eles vos expulsarão das sinagogas; mas em a hora em que todo o que vos matar
julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai,
nem a mim. (João 16:1-3)
·
Disseram os seus
discípulos: Agora é que falas claramente e não empregas nenhuma figura. Agora
vemos que sabes todas as coisas, e não precisas de que alguém te pergunte; por
isso cremos que de facto vieste de Deus. Respondeu-lhes Jesus: Credes agora? Eis
que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa,
e me deixareis só; contudo não estou só, porque o Pai está comigo. Estas
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições;
mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (João 16:29-33)
Convém ter presente que acreditar é aceitar e submeter a vida à pessoa
de Cristo. Não se trata apenas de uma ideia na cabeça e um sentimento no coração,
mas de uma postura total. Reconhecendo em Jesus a presença de Deus entre nós não
faz sentido viver alheados do Seu ensino, das Suas palavras, da Sua vida, do que
realizou a nosso favor.
RAZÕES PARA CRER
Muitos foram os que creram e se tornaram seguidores prontos de Jesus como
ainda hoje, no terceiro milénio, milhões de pessoas O adoram e servem, tendo
n’Ele o único e suficiente Salvador e Senhor.
·
Muitos
samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que
anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito. Vindo, pois, os samaritanos ter
com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias. Muitos
outros creram nele, por causa da sua palavra, e diziam à mulher: Já agora não
é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e
sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo. (João 4:39-42)
·
Se é pecador, não
sei; uma coisa sei: Eu era cego, e agora vejo. (João 9:25)
·
Ouvindo Jesus que
o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do homem?
Ele respondeu, e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia? E Jesus lhe
disse: Já o tens visto e é o que fala contigo. Então afirmou ele: Creio,
Senhor; e o adorou. (João 9:35-38)
Samuel
R. Pinheiro